Painel Europeu da Inovação – Portugal mantém-se inovador moderado

Foi esta semana publicado, pela Comissão Europeia, o Painel Europeu da Inovação 2024 (European Innovation Scoreboard), relatório que avalia os pontos fortes e fracos dos sistemas nacionais de inovação, fazendo uma análise comparativa dos Estados-membros da União Europeia (UE), de outros países europeus e de países terceiros selecionados.

O Painel baseia-se em 32 indicadores que abrangem economia, empresas, empreendedorismo, perfis de inovação, governação e quadro político, alterações climáticas e demografia.

De acordo com a edição deste ano, Portugal mantém o perfil de inovador moderado entre os 27 Estados-membros da UE, com um desempenho de 83,5%, estando entre os 15 Estados-membros da União Europeia onde o índice de inovação cresceu no último ano.

O relatório aponta que o desempenho inovador de Portugal manteve-se relativamente estável, com pequenas flutuações e um crescimento global de 4,3 pontos percentuais entre 2017 e 2024. Este facto indica melhorias modestas, mas consistentes.

As dimensões em que Portugal revela uma pontuação superior a 120% da média europeia são: copublicações científicas internacionais; percentagem de estudantes de doutoramento; digitalização; penetração de banda larga; apoio direto e indireto do Estado à I&D das empresas e copublicações público-privadas.

No que diz respeito ao indicador “ativos da propriedade intelectual”, face a 2023, registou-se uma diminuição no desempenho de 3,2%. Este indicador tem em conta os pedidos de patentes apresentados ao abrigo do Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes (PCT), os pedidos de registo de marca, bem como os pedidos de registo de desenhos ou modelos.

O documento sublinha ainda que o desempenho das PME que introduzem inovações de produtos no nosso país diminuiu mais de 69%, face a 2017.

O Painel Europeu da Inovação agrupa os países da UE por quatro tipos de desempenho: os líderes em inovação (com um desempenho superior a 125% da média da UE); os inovadores fortes (com desempenho entre 100% e 125% da média da UE); os inovadores moderados (entre 70% e 100 % da média da UE) e os inovadores emergentes (abaixo de 70% da média da UE).

De acordo com a mais recente avaliação, são:

Líderes em inovação: Suíça, Dinamarca, Suécia, Finlândia e Holanda.

Inovadores fortes: Bélgica, Áustria, Irlanda, Luxemburgo, Alemanha, Chipre, Estónia e França.

Inovadores moderados: Eslovénia, Espanha, Chéquia, Itália, Malta, Lituânia, Portugal, Grécia e Hungria.

Inovadores emergentes: Croácia, Polónia, Eslováquia, Letónia, Bulgária e Roménia.

No contexto mundial, a UE mantém uma posição sólida, demonstrando um forte desempenho na maioria dos indicadores, incluindo as PME que introduzem inovações de produtos e processos e tecnologias relacionadas com o ambiente. A UE continua a enfrentar desafios em comparação com os seus principais concorrentes mundiais em domínios como os ativos intelectuais, a colaboração entre PME inovadoras e as despesas de ID no setor empresarial.

Este instrumento de avaliação visa ajudar os decisores políticos, os investigadores e as partes interessadas a compreender o panorama da inovação, a encontrar pontos fortes e fracos e a formular políticas baseadas em dados concretos para reforçar a inovação em toda a Europa.