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Portugal com a segunda maior percentagem de mulheres inventoras

Nos pedidos de patentes provenientes de Portugal, apresentados entre 2010 e 2019, 26,8 por cento de todos os inventores são mulheres, mais do dobro da média europeia. O Alentejo é a região com a maior percentagem de mulheres inventoras no país.
08 nov 2022, 09:56
Estudo IEP: Participação das mulheres na atividade inventiva
Estudo IEP: Participação das mulheres na atividade inventiva

O Instituto Europeu de Patentes (IEP) lançou hoje o estudo “Participação das mulheres na atividade inventiva”, o qual conclui que Portugal tem a segunda maior percentagem de mulheres inventoras de entre os estados-membros do IEP, superada apenas pela Letónia.

O estudo, o primeiro do género a ser publicado pelo IEP, baseia-se na percentagem de mulheres inventoras nomeadas em todos os pedidos de patentes junto do IEP entre 1978 e 2019. Nos pedidos de patentes provenientes de Portugal e apresentados entre 2010 e 2019, 26,8% de todos os inventores são mulheres, mais do dobro da média europeia de 13,2%. De todas as regiões europeias, o Alentejo é a região com a maior percentagem de mulheres inventoras (34,9%).

O estudo salienta que embora a taxa global de mulheres inventoras na Europa tenha aumentado nas últimas décadas (de apenas 2% no final dos anos 70 para 13,2% em 2019), continua a existir desigualdade entre os sexos. A taxa de mulheres inventoras na Europa é superior à do Japão (9,5%), mas inferior à da Coreia do Sul (28,3%), da China (26,8%), e dos EUA (15,0%).

No ranking de países europeus membros do IEP por percentagem de mulheres inventoras (para o período 2010-2019), a Letónia é o n.º 1 com uma quota de 30,6%, e Portugal o n.º 2, seguido da Croácia (n.º 3, com 25,8%) e Espanha (n.º 4, com 23,2%). A Alemanha (10,0%), Luxemburgo (10,0%), Liechtenstein (9,6%) e Áustria (8,0%) têm as percentagens mais baixas de mulheres inventoras.

O Presidente do IEP, o português António Campinos, afirma: "Este estudo demonstra que foram feitos progressos nas últimas décadas no sentido de uma maior inclusão no campo das patentes, com alguns países europeus, como Portugal, a liderar no que respeita a percentagem de mulheres inventoras. Mas também demonstra que é preciso fazer mais. A promoção da mulher na ciência e na inovação continua a ser um grande desafio para a Europa e, no entanto, este é um fator chave na sua sustentabilidade e competitividade futuras".

O estudo salienta também que as universidades e as organizações públicas de investigação têm uma percentagem significativamente maior de mulheres inventoras (19,4% em 2010-19 em toda a Europa, 36% em Portugal) do que as de empresas privadas (10,0% em toda a Europa, 19,4% em Portugal), ou de entre os inventores individuais (9,3% em toda a Europa, 14,6% em Portugal). As universidades desempenham um papel fundamental nas atividades de patenteamento em Portugal e contribuíram fortemente para o excelente desempenho de Portugal em termos de mulheres inventoras. O importante papel das universidades portuguesas na promoção das mulheres inventoras é também demonstrado pela percentagem de 52,5% de mulheres entre os doutorados portugueses em STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática), uma quota mais elevada do que em França (47%) ou na Alemanha (44%).

Adicionalmente, o estudo revela que há maior probabilidade de se encontrarem mulheres em equipas de inventores do que enquanto inventoras individuais, mas estas tendem a ter menos cargos de chefia nessas mesmas equipas do que os homens.

O estudo do IEP constata que a química se destaca como o sector tecnológico com a maior percentagem de mulheres inventoras (22,4% em 2010-19 na Europa, 42,3% em Portugal), enquanto a engenharia mecânica (5,2% na Europa, 13,4% em Portugal) tem a percentagem mais baixa. Dentro do sector químico, os pedidos de patentes nas áreas da biotecnologia e farmacêutica têm as taxas mais elevadas de mulheres inventoras (mais de 30% na Europa). 

Este estudo do IEP tem como objetivo fornecer aos decisores políticos e ao público em geral informações sobre a relação entre o género e o registo de patentes na Europa. Fornece dados sobre mulheres inventoras em diferentes países, períodos de tempo, campos tecnológicos e com diferentes perfis no que respeita o requerimento de patentes.


Estudo completo (PDF)
Principais Indicadores (PDF)
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